* Ana Paula Zarbietti- MTB 0080064
LICITAÇÃO É QUE INTERESSA SALÁRIO DA EDUCAÇÃO NÃO TEM PRESSA
Enquanto a ostentação nas redes sociais de funcionários que ocupam cargos comissionados na Gestão Saud, regada a vinhos importados e viagens custeadas com o dinheiro do contribuinte que paga seus impostos, uma professora Eventual da Rede Municipal de Ensino, postou a imagem de seu filho se alimentando apenas de arroz e feijão. Além da foto, um áudio enviado para nossa redação expressava a preocupação da educadora com a alimentação precária a que sua família está se submetendo, já que a prefeitura ainda não havia pago o salário, e com o feriado prolongado a dignidade de uma boa refeição estava comprometida.
FERIADO SOFRIDO
Os mais de 1.000 professores eventuais, que garantem a educação das crianças da rede de ensino de Taubaté, não tiveram seus salários depositados na data correta, desencadeando comoção nas redes sociais, com relatos preocupantes e desesperadores. Os atrasos nos pagamentos dos salários acontecem há meses na área da Saúde e agora atingiu a Educação. O feriado de 7 de setembro que já foi de imensa vergonha para os Taubateanos, com um comportamento anticívico da atual gestão ao cancelar o tradicional desfile na Avenida do Povo, também desrespeitou os professores deixando de pagar os salários. Ao ser publicado nas redes sociais, alguns aliados tentaram defender o governo alegando “Fake News”, fato que rapidamente perdeu força. Unida, a classe de professores se manifestou afirmando não ter recebido seus pagamentos. DESABAFO O desabafo da professora, que registrou o prato de comida somente com arroz e feijão, foi enviado para nossa equipe de reportagem, que se colocou à disposição para ser a “VOZ” dos educadores que trabalharam durante todo o mês como “Professores Eventuais” sem o mínimo de reconhecimento por parte da municipalidade. A legenda da foto deixou claro a indignação da professora depositando todo seu desespero na mão de Deus: ‘Manda para o Saud enquanto os filhos da professora… estão assim… mas em tudo dai graças, ainda temos arroz para comer”. O áudio enviado para nossa equipe reforça a tragédia instalada no município devido à falta de capacidade de administração: “O mais difícil é que a gente trabalha, isso é que nos deixa nervosos, pois tem que controlar, para poder dar conta, estou aqui desabafando nas redes, com os amigos, para ver se consigo alguma ajuda, um dinheiro emprestado, para comprar alguma coisa, a situação está bem difícil”. Outra professora expressou imenso constrangimento ao não cumprir o prometido ao filho: “É como falar para uma criança de 6 anos que você não pode cumprir a promessa de levar para passear, poi8s seu pagamento não caiu?”
CARGOS INCONSTITUCIONAIS
Como forma de tentar reparar o erro que cometeram, ao aprovar os cargos inconstitucionais, os vereadores Douglas Carbonne (Republicanos), Diego Fonseca (PSDB) e Elisa Representa Taubaté (Cidadania) solicitaram a realização de uma audiência pública para debater a exoneração dos diretores de escola, vice-diretores e supervisores de ensino da rede municipal, alegando “sérios impactos e consequências à educação do município”. Como diz o dito popular “o leite derramado” com a conivência da Câmara Municipal, causou sérios prejuízos tanto financeiros quanto pedagógico. Ao aprovarem a reforma administrativa sem previsão no orçamento, contando com a regulamentação da planta genérica, (que não ocorreu), ou seja, o projeto do aumento do IPTU não foi votado por ser impopular, podendo acarretar perda de votos em um período que antecede as eleições. O mínimo que se espera dos Vereadores é que dominem e tenham conhecimento das leis. Ao aprovarem os 437 cargos INCONSTITUCIONAIS (fora da lei) da Rede Municipal de Educação, os professores foram colocados em um estado de imensa vulnerabilidade. Os prejuízos que seriam causados, deveriam ter sido considerados pelos vereadores de Taubaté, antes de aprovarem 196 cargos na área da educação, sendo 80 diretores de escola, 91 vice-diretores e 25 supervisores de ensino. Pelo parecer do Tribunal de Justiça, estes cargos técnicos devem ser preenchidos por concurso público e não como acomodação de indicações de livre nomeação, podendo haver interesses políticos.
VEREADORES RESPONDEM AOS EVENTUAIS
Segundo informações enviadas à redação, alguns vereadores duvidam da veracidade da dificuldade financeira dos professores eventuais, outros chegam a minimizar a questão, dizendo que são poucos dias de atraso e outros justificam que foi uma falha na transmissão de dados e que até a próxima quarta 3//09 o pagamento será efetuado. Em tempo: Foi efetuado ontem, segunda-feira (11). O fato é que, se o prefeito não fizer a lição de casa, o valor do FUNDEB não será depositado. O valor do FUNDEB é recebido conforme são realizadas as aprovações dos gastos pelo conselho.
CONCLUSÃO
Novamente deixou de ser irresponsabilidade e passou a ser crueldade, deixar professores com salários atrasados. A justificativa de que são apenas uns dias como dito por alguns vereadores e até mesmo pelo gestor em entrevista é pífia. Este tipo de situação não pode acontecer, é revoltante ver o cabide de emprego gozando de seus salários em dia, enquanto professores pedem dinheiro emprestado para comer.
A TITIA QUER SABER
O problema foi sistema ou falta de dinheiro? Os gastos estão sendo realizados corretamente, para ocorrer o depósito do FUNDEB? As verbas do FUNDEB estão sendo transferidas para a municipalidade normalmente? Se SIM, por que a Prefeitura Municipal de Taubaté não efetuou o pagamento dos professores eventuais no prazo estabelecido?